sexta-feira, 13 de novembro de 2009

SONETO DE ÓDIO ÀS VICISSITUDES

Agora eu não creio mais em acaso.
Ele acontece três vezes e, então,
De mocinho, transforma-se em vilão,
Aparece e toma o que havia dado.

A quem deve, sonega compaixão,
Só quer pisar em pé que tenha calo,
Em quem tenha tido muito trabalho
Para aceitar as coisas como são.

Eu, pelo menos, estou há vinte anos
Conformando-me em ser sempre infeliz,
Em nunca sentir as mulheres que amo.

Por que, então, o acaso trouxe Thaís,
Se ele brutalmente a levou? Se o plano
Era me acabar: obteve o que quis.

[2000]

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