terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PARA KÁTIA ROSE PINHO E NINGUÉM MAIS

ao meu paladar
massas de gás não sabem
bem ou mal

a monotonia
secou-me os olhos
e os arranquei

órfão de sol
vivo um inverno
de sombras mudas

matei deuses
não fito firmamentos
buscando astros

ação tópica
sempre requerem
minhas feridas

dores não esperam
em filas
nem batem em portas

o primeiro verme
roía-me um pedaço
e já ressoava
o eco do réquiem
quando surtiram efeito
as sessões terapêuticas

poesias chegam
via sedex
mas não assino
quiser falar comigo
alugue outdoor
na avenida principal

[2008]


Poema em resposta a este poema de Kátia Rose Pinho:


PARA O EDMILSON E QUEM MAIS CHEGAR

Sentir o gosto de nuvem
Ter olhos gosmentos de vida
Escutar latejamentos de sombras
Ver espantamentos de estrelas

Requisitos básicos
Para desentulhar versos
Sem carecer notas de rodapé

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